Vereadores rejeitam quatro vetos e criticam a administração municipal

Os vereadores não pouparam críticas à administração municipal na sessão ordinária realizada ontem à tarde. O prefeito Dênis Andia (PV) e especialmente a Secretaria de Meio Ambiente, foram o alvo das discussões que começaram já no primeiro veto, cujo projeto traz mais uma alternativa para o município combater a dengue. Dos cinco vetos constantes da pauta, quatro foram rejeitados. O primeiro, derrubado com 13 votos, foi o veto total do prefeito ao projeto de lei de autoria do vereador Celso Ávila (PV) que institui no município o incentivo ao cultivo das plantas citronela e crotalária como método natural no combate à dengue. Para os vereadores, foi um contra-senso esse veto num momento em que a cidade vive uma epidemia de dengue.
Ávila, ex-líder do prefeito na Câmara e integrante da base de governo, admitiu ter ficado surpreso com o veto porque não foi nem chamado para conversar a respeito. “Na verdade eu também gostaria de entender o real motivo do veto, haja vista que a cidade tem bastante casos (780) de dengue”, disse. O vereador citou como exemplo de resultado da sua proposta, a cidade de Andradina que registrou queda nos registros de dengue. “Eu esperava que o Executivo me procurasse para conversar a respeito do veto. Confesso que fiquei surpreso com o veto total porque a cidade vive um estado de alerta. Independente de ser oposição ou situação, não poderíamos nos dar ao luxo de vetar, sem ao menos conversar com o autor”, desabafou.
Também foi rejeitado com 13 votos o veto total ao projeto de lei do vereador José Luis Fornasari, Joi (SD) que dispõe sobre a obrigação de instalação de exaustores axiais em edificações de uso público. O veto total ao projeto do vereador Antonio Carlos Ribeiro, Carlão (PDT) que dispõe sobre a regulamentação acerca da perturbação do sossego alheio no município foi derrubado com 11 votos. Por último, foi rejeitado com 13 votos o veto total ao projeto de lei de autoria do vereador Ducimar Cardoso, Kadu (PR), que dispõe sobre a responsabilidade das concessionárias de energia elétrica e de telefonia pelos fios e demais objetos empregados nos postes e vias públicas que muitas vezes rebentam com temporais e ficam pendurados nas por vários dias, trazendo riscos e incômodos aos moradores. Para o vereador o prefeito vetou o projeto de maneira equivocada, colocando na justificativa do veto que a prefeitura não pode retirar os postes da frente das garagens, que isso é proibido. “Eles não lêem o projeto e vetam”, disse Kadu, indignado. O projeto de sua autoria estipula multa de R$ 5 mil para as companhias responsáveis pelos fios e cabos e prazo de 72 horas para que tomem providências.
O veto total ao projeto do vereador Ademir da Silva (PT) que dispõe sobre a criação do evento “Expo Jovem” foi o único acatado porque não recebeu o número suficiente de votos para rejeição, que seriam 10 contrários, o equivalente a maioria absoluta do plenário. O resultado dessa votação foi nove contrários e sete favoráveis.
A discussão acirrada seguiu durante a maior parte da sessão, com momentos de bate-boca entre os vereadores Giovanni Bonfim (PDT), Alex Braga, Backer (PV) e o líder do prefeito na Câmara, Edson Carlos Bortolucci Júnior, Juca (PSDB), Ademir da Silva (PT) e outros. A assessoria de imprensa da prefeitura disse que o prefeito não iria se manifestar porque não acompanhou a sessão da Câmara.